quinta-feira, outubro 20, 2011

Post da Flor I


Bom, hoje o post é da Flor. Só uma palavra para definir: lágrimas.
Foi tão dificil escolher uma só foto para ilustrar esse post, que eu escolhi duas. Nossa história é puro rock, bebê! Love u.

"Só pra contextualizar, pra quem ainda não sabe/não percebeu, somos uma turma de amigas bem amigas. Nos falamos todos os dias, nos vemos quase toda semana, mas é mais que isso... nós nos conhecemos. Na palma da mão. Todos os casos, todas as piadas, todo o passado, todos os fiascos, arrependimentos, loucuras, surtos... sabemos de tudo. Fazemos planos para o futuro, pros casamentos, pros filhos, pras casas, e sempre nos imaginamos velhas e enrugadas enchendo a cara de vinho tinto nos nossos encontros, daqui a uns 50 anos. Enfim, somos amigas do tipo que ajudam a jogar o corpo do defunto no fundo do rio (mesmo porque a gente assiste Dexter e já pegou as manhas).
Todo mundo conhece alguém que tem ou teve câncer. Algum parente, algum avô ou avó, tia, vizinha... não é uma doença alheia à realidade de ninguém, hoje em dia. Eu nunca tinha tido ninguém da minha família nem ninguém muito próximo com câncer, mas believe me, minha família tem uma considerável dose de doenças sérias e assustadoras (herança genética maravilhosa a minha), e eu, em tese, deveria ser mais “resistente” a esse tipo de notícia. Mas não fui.
Até tentei fazer um post que não falasse do dia em que fiquei sabendo e de como foi pra mim receber a notícia de que uma das minhas melhores amigas está com câncer no colo do útero. E apesar de ter começado o meu post tentando explicar um pouco a força da nossa ligação, aquele parágrafo lá em cima e essa expressão, “uma das minhas melhores amigas”, nem começam a explicar a importância que a Thai (e a Mah, Dani e Ju) têm pra mim.
Eu cheguei no trabalho numa segunda-feira comum, me sentei no computador e tinha um email da Thai. Normal, quase todo dia tem um email da Thai na minha caixa de entrada... até que eu li:
“Hoje eu vim aqui falar de uma coisa séria. Amiga, eu estou com câncer.”
Daí pra frente o meu dia foi... Como um dia solto no tempo. Como um sonho ruim no qual eu não entendia direito as coisas, não conseguia acordar, não conseguia compreender... não conseguia resolver. Me lembro vagamente de chorar na minha mesa, de chorar falando com as amigas do trabalho, chorar falando com o chefe, chorar ligando pro namorado, chorar em casa pelo resto do dia. E me lembro de ficar muito, muito grata por ela ter me contado por email e não pessoalmente, porque eu não queria ficar daquele jeito perto dela, ela precisava de força, e não da tristeza profunda e do vazio imenso que eu sentia.
Sabe... a gente não imagina uma coisa dessa, um câncer super agressivo aparecendo do nada naquele belo útero de apenas 25 anos. A gente vai vivendo, vai se ocupando dos nossos problemas diários, dos nossos dilemas e crises existenciais, dos nossos dramas familiares, e a gente acha que tá pronto pra essa tal de vida adulta, que tá se saindo bem na missão, até que a vida vem e dá uma rasteira dessa. E nos mostra que ela pode ser muito mais cruel, mais séria e mais urgente do que pensávamos. Até então, 25 anos era tanta coisa, era tudo que eu vivi até agora e me parecia tanto tempo, mas de repente, 25 anos ficou tão pouco. Há tempos eu não me sentia e não nos sentia tão jovens, tão crianças, tão pequenas, diante do tamanho da vida e seus percalços. Quando a notícia caiu no meu colo, toda a minha perspectiva mudou. A minha forma de ver o mundo, a vida, tudo aquilo que era tão sério pra mim até então, que me preocupava tanto... tudo ficou pequeno e mesquinho demais. E até hoje, tudo continua mudando de tamanho e de importância e seriedade.
Eu tenho uma concunhada (e amiga) que é psicóloga e trabalhou um tempo com as crianças da ala oncológica do Hospital das Clínicas, e num desses dias difíceis ela me disse que, num caso oncológico, toda a família e pessoas próximas do paciente são também pacientes. E isso fez muito sentido pra mim. Eu vivo cada dia, cada etapa do tratamento, cada passo, junto com a Thai. Cada conquista dela (e meu Deus, como ela tem conquistado) é uma conquista também pra mim. Ela tem a careca mais linda do mundo (embora ela nunca vá acreditar nisso) e a alma mais linda também. Ela tem uma força, uma alegria, um otimismo e uma coragem que beiram o inacreditável, e é uma coisa LINDA poder acompanhar de perto esse crescimento, essa luta, esse show que ela tá dando nessa doença ridícula. Como a Tata disse, ela já venceu, nós já vencemos. E nunca foi tão gostoso vencer" 

4 comentários:

Danielle disse...

Liiiiindo, flor!
se eu não fosse do grupo ia querer fazer parte!
assino embaixo de tudo o que você falou!
"é uma coisa LINDA poder acompanhar de perto esse crescimento, essa luta, esse show que ela tá dando nessa doença ridícula."...
amo vocês!

Nunca fui paciente disse...

Particularmente, essa frase foi a que eu mais gostei do post =))

mah disse...

AI QUE LINDOOOOOOOOOOOO!!!
Gente, muito orgulho de fazer parte dessa turma metida a cult hahahahahah
Me identifiquei com cada palavrinha, Flor!
to amando essas participações no blog.. sem contar q eu me senti super celeb. postando como colaboradora! ahahahhahahaahah

quero ver vcsssssssss
bjsssssssss amooo

Ju disse...

Que lindo, gente!
Ai como eu aaaamo fazer parte desse grupo! Como eu aaaamo ter vcs como amigas!
Todos os dias vcs me ensinam como ser uma pessoa melhor! E digo mais...
"é uma coisa LINDA poder acompanhar de perto esse crescimento, essa luta, esse show que ela tá dando nessa doença ridícula."...
amo vocês!
=P

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